22 de setembro de 2007

Sangue por todo canto...

Até os 10 anos de idade eu não podia ver sangue que já começava a chorar desesperadamente gritando "eu vou morrer".

Era dia de clássico: União Jovem e Palmerinhas. Eu tinha 9 anos quando saí da escola e fui pra casa correndo pegar minha chuteira e meião para, mais uma vez, defender o meu primeiro time. O Palmerinhas era nosso grande rival e o jogo prometia ser muito tenso.

No interior do Ceará, crianças de nove anos não aceitam perder com tanta facilidade, e, após uma vitória sensacional que teve até gol de bicicleta pra gente (infelizmente não lembro o placar), começaram as provocações da parte deles e nós revidamos.

Começou com palavras mas terminou com pedras. Isso mesmo: pedras. Um time se afastou do outro e começamos a jogar pedras uns nos outros. Já comentei que a gente faz muita besteira na vida não é? Ficar nessa briga, foi mais uma das besteiras que fiz.

Eu consegui desviar muitas pedras e felizmente não acertei ninguém. No entanto, quando me virei pra voltar pra casa, senti uma pancada forte na cabeça, seguida de uma dorzinha aguda. Imediatamente pus a mão direita na cabeça enquanto tentava descobrir quem havia me acertado. Até aí eu estava tranquilo,
apenas lamentando a tal dorzinha, mas... quando tirei a mão da cabeça e vi que ela estava vermelha de sangue, comecei a berrar. Era um choro seguido de "vou morrer" de uma maneira frenética. Disparei pra casa.

Quando cheguei, meu pai veio ver e me carregou para o banheiro mandando que eu tirasse a roupa. Eu tentava fechar os olhos pra não ver sangue. Tirei a
camisa, depois o calção e por fim a cueca.

Ao tirar a cueca percebi que havia sangue nela também:

- Paaaai, eu vou morrer mesmo, tá saindo sangue até pelo c**... buáááááááááááááá!!!

Ele, com uma lâmina na mão e chuveiro aberto, pronto pra fazer a 'cirurgia', me respondeu sorrindo:

- É o sangue da cabeça que escorreu menino...

Daí, ele raspou ao redor do corte, lavou tudo e colocou um curativo. Eu estive sempre de olhos fechados, mas percebi que meu pai não parou de rir enquanto me medicava.

20 de setembro de 2007

Doce de Leite

Entrei no primeiro emprego aos 14 anos e fiquei muito feliz quando fiz a primeira viagem de confraternização com os novos colegas de trabalho.

Chegamos já no fim da noite num hotel na beira da praia, com piscinas, quartos confortáveis e um excelente restaurante, no qual tomaríamos o café da manhã.

Prepararam uma mesa gigante onde todos sentariam, uns de frente para os outros, e uma bancada com uma grande variedade de quitutes para que cada um se servisse.

Enchi meu prato com muitas coisas, peguei um cafezinho e um belo potinho de doce de leite envolvido com um pequeno plástico para finalizar o lanche.

Beleza... coloquei tudo na mesa e comecei a traçar. Notei que algumas pessoas estranharam o fato de eu comer muito e depressa, mas o que impressionou a todos mesmo, foi a colherada de manteiga que coloquei na boca após o café.

Sim. O potinho de doce de leite era um potinho de manteiga.

- Luilton, você come manteiga?

Eu não podia assumir... ou... podia sim. Hoje eu assumiria numa boa, mas naquele dia eu resolvi responder:

- É... desde pequeno tenho esse costume... adoro manteiga.

E comi todo o restante.

12 de setembro de 2007

Deturpação

Vou lhe meter uma bola por trás.
Frase usada por jogadores de futebol, quando querem dar um passe que o companheiro receba dando a volta pelo adversário.

Gostaria de chupar?
Uma pessoa lhe observa por minutos com um picolé na mão, então você usa essa frase.

Hummmmmm...
Expressão utilizada quando se saboreia algo de gosto agradável.

Você percebeu algo de esquisito nessas frases? Pois é. Palavrinhas e frases que na minha infância tinham belos significados, hoje passam um sentido totalmente inverso.
Pra resumir... língua antes era apenas o órgão do sentido do paladar. Hoje, é mais visto como órgão sexual.

As coisas mudaram. E temos que tomar cuidado ao falar coisas simples, pois as pessoas podem lhe interpretar mal.

Como estou dirigindo?

Cara... tava em Fortaleza num trânsito péssimo e depois de errar o caminho por duas vezes, parei atrás de um daqueles carro de 'firma' com a pergunta "como estou dirigindo" na traseira com um número de telefone. Então pensei: trânsito lento, a 1,2km/h, tédio total, nenhum CD novo, e todas as rádios na Voz do Brasil... por que não ligar?

Liguei.

- Pois não? Disse a voz do outro lado.

- Olha, peguei esse telefone atrás do caminhão de vocês e gostaria de responder à pergunta.

- Como?

- Isso... como estou dirigindo.

- Ah! pois não...

- Ele está dirigindo muito bem, viu?

- (silêncio) tu.. tu.. tu.. tu..

Acho que não fui o primeiro a fazer isso... kkkkk faça também qualquer dia desses... desestressa.

9 de setembro de 2007

Minhas fontes de inspiração

Cara, se eu chego em casa e vejo as situações abaixo, eu realmente ficaria em dúvida se caía na gargalhada ou se ficava bravo... rs
"Papai, quelo ser artista!"

"Ah pai, ele nem reclamou!"
"Veja, não esqueci NENHUM detalhe da minha armadura."

8 de setembro de 2007

Até que enfim, sonho realizado

Lembra do post Família?

Profético... minha mulher está buchuda e tou muito feliz. Já vi as imagens do bebê no ultrassom e confesso que... é o máximo. Não vejo a hora de ele ter logo 6 anos pra poder conversar com ele e tal.
Antes de sair de férias eu já me aprontava pra fazer uma bateria de exames pra ver se havia algum problema comigo. Nem precisou, ehehe.

Obrigado a todos que torceram.

Paciência

De uns anos pra cá tenho exercitado muito uma qualidade que considero vital para a felicidade: paciência. Lembro-me de o quanto eu era intolerável com coisas que não requeriam tanta intolerância. Por exemplo, se eu via alguém desafinando na TV, ficava bravo: "Como pode uma pessoa dessas ter a chance de ir a um programa de TV sendo desafinada desse jeito?" Percebeu o estresse desnecessário?
Com paciência fica muito mas fácil ser feliz. O exercício consiste em respirar e rir de tudo que antes me estressava: "Tadinha, ela não sabe cantar e tá pagando mico.. rsrs... Isso acontece..."

Mas, confesso que minha paciência é testada mesmo com alguns tipos de pessoas:
1 - Pessoas que querem ser o que não são.
Eu ficava muito zangado quando via uma pessoa pobre se passando por rica, por exemplo. Mas ainda consigo, depois de muita respiração, rir disso.
2 - Pessoas "frescas".
Não sabe o que é ser fresco? Na Bahia, frescos são os gays. Mas em termos gerais, fresca é a pessoa que se estressa com pequeniníssimas coisas. "Não penteio meus cabelos com pentes vermelhos." Ouvir isso de alguém é um teste forte para a paciência e tenho dificuldade mesmo.
3 - Pessoas grosseiras que gostam de briga.
Um cara te fecha ou não lhe dá passagem no trânsito. Você corre atrás só pra ter a oportunidade de gritar um palavrão pra ele. Isso tem futuro? Adianta alguma coisa? Pode me esculhambar a vontade, dar fechada a vontade, buzinar bastante... respiro bem profundamente e dou risada. Não é fácil, mas enquanto minha integridade física estiver ok, não estresso mais.

Ganhei uns pontos de felicidade com isso.

Os Simpsons - O filme


Quinta-feira passada fui ver o 'tão esperado' filme dos Simpsons no cinema do Del Paseo em Fortaleza. O filme foi legal, mas eu podia ter esperado pelo DVD.
Mas o mais legal de tudo é que, pela primeira vez, assisti ao filme sozinho na sala. Isso mesmo. Fiquei sozinho. Uma hora o lanterninha veio me perguntar se o ar estava muito frio... rsrs