28 de setembro de 2008

Publicidade religiosa

Viajar todos os dia de moto me dá, durante as viagens, a oportunidade de pensar em todo tipo de coisa. Se eu colocasse aqui tudo o que penso enquanto viajo... rs

Pois bem, acabei de lembrar de um desses pensamentos.

E se houvesse publicidade na igrejas ao invés de pastores e padres cobrando o dízimo?

Quaisquer igrejas, católica, evangélica, etc. Por exemplo, o padre diria: "Oremos... mas antes, um recado." Aí entraria um dos ajudantes: "Seus sapatos estão apertando? Sapatos Kildare são confortáveis e bonitos! Compre Kildare e deixe seus pés nas nuvens."

E continuaria a missa.

Ou ainda, o pastor diria: "Irmãos e irmãs... A bíblia é a palavra de Deus, mas para fazer uma leitura agradável, sugiro óculos Ditalia. Com óculos Ditália você consegue enxergar até as notinhas minúsculas da bíblia e não vai perder nada da palavra. Libere sua fé com óculos Ditalia. Então, segundo a bíblia..."

E continuaria o culto.

Alguém mais já pensou nisso? rsrs

20 de setembro de 2008

Herói

Meu pai e eu no dia da despedida dele do time

Era a final do campeonato de futebol de salão de 1988 e a cidade inteira estava na quadra para assistir ao grande jogo. Os dois times com maior rivalidade se entrentariam e, em um desses times, estava o homem que me protegeu de tudo, que me deu uma infância muito feliz e que me proporcionou ser a pessoa que sou hoje.

Meu pai.

Além de inúmeras qualidades, meu pai foi o melhor goleiro que já vi. Não é pelo olhar de filho. Quem o viu no gol pode confirmar que ele tinha algo de sobrenatural nas mãos, além de uma velocidade e senso de espaço inacreditáveis. E somado a isso, ainda era dotado de uma imensurável coragem - caracerística fundamental de um goleiro de futebol de salão.

Esse dia ficou marcado porque chorei muito. Mas muito mesmo. Para contextualizar melhor, morávamos numa cidade pequena e o clima de rivalidade era tão intenso que passava para lado pessoal, esposas de jogadores adversários se ofendendo, torcidas se esculhambando e por aí vai... eheh

O jogo saiu de 1 x 1 foi para os pênaltis. Meu pai havia feito a parte dele e pegou muito durante todo o jogo. Mais uma vez tinha sido espetacular em quadra.

Mas nos pênaltis, o nosso vizinho de rua, jogador do outro time, não teve dó e marcou o último gol dando a vitória para eles. Naquele momento me deu uma crise de choro interminável. E minha mãe me pegou no braço, tentando me consolar mas nada servia.

Até que meu pai, já sem camisa, veio e me pegou nos braços. Chorei muito e ele só me carregava. Ao descer o degrau da quadra ele me disse sussurrando: "Não chora, não precisa ficar assim. A próxima papai ganha."

Eu continuei chorando, mas aquilo que me falou me marcou muito. Ele não era muito de ter esse tipo de sensibilidade, era frio mesmo, mas naquele dia ele me levou para o vestiário, levou-me nos braços até em casa e me mostrou o que eu não devia me desesperar com as derrotas e que elas fazem parte.

E no torneio seguinte... meu pai ganhou! Pai, eu lhe agradeço muito, muito por tudo, por minha vida e por nossa convivência. Muito obrigado, obrigado mesmo! Te amo.

14 de setembro de 2008

Boca cheia

Gosto de fazer as pessoas rirem. A motivação para isso vem do fato de que eu também rio com a risada dos outros.

Porém, de um tempo pra cá tenho aprendido algumas coisas importantes, como por exemplo, jamais fazer alguém rir enquanto está comendo, principalmente de pé e de frente pra mim.

Assim como tenho atração para bêbados, loucos e velhinhas, parece que também atraio comida mastigada. Por três vezes só neste mês aconteceu algo semelhante. Estou falando com alguém, de repente solto uma prosa básica e... blec! Comida mastigada na minha cara ou roupa.

O pior é que vão embora as reações e a prosa que acabei de contar vai para o ralo. O motivo do riso agora é o feijão mastigado grudado na minha camisa. Meu interlocutor fica com a cara vermelha de vergonha e de tanto prender o riso escancarado.

É engraçado. Mas é nojento. Ou seria, é nojento mas é engraçado?

Bom, só sei que estou fazendo uma pequena lista de vingança. Em um outro evento ou comemoração vou rir nem que seja da sombrancelha da pessoa enquanto eu estiver comendo qualquer coisa. Isso não pode ficar barato. (risos)

Mas eu aprendi. A partir de hoje, fazer os outros rirem de boca cheia, só de bem longe. :)

5 de setembro de 2008

Embuluado

Quando criança, nunca tive dificuldades para comer. A única coisa que eu rejeitava mesmo era maxixe.
Sempre que vinha maxixe na comida eu reclamava e jogava fora. Aquilo mais parece um testículo cheio de espinhos e ainda sai fumaça! Não, tô fora.

E antes de me dar a tigela, minha mãe, de imediato, dobrava um pouco pra esquerda, metia a colher e mexia, mexia... mexia até virar uma mistura suculenta num ponto maravihoso que eu chamava carinhosamente de embuluado.

O embuluado é uma técnica de mistura que só duas pessoas conseguiram fazer de forma plena. Uma foi minha mãe. A mestra do embuluado, que ainda adicionava sempre um ou dois ovos mexidos a qualquer prato. A outra é minha mulher. Deus me deu a sorte de encontrar alguém com o dom do embuluado pra ficar do meu lado. O segredo dela, eu conto: maionese.

Quer me pegar pela boca? Faça uma comida, misture tudo e me chame. Se estiver no ponto do embuluado você entrará num rol seleto, além de ter a minha visita constante para almoço e jantares, ahah.