
No dia do sorteio dos papeizinhos, acabei pegando um outro estagiário. Menos mal, pois sou péssimo para escolher presentes - e você vai concordar inteiramente comigo mais à frente - e escolher para um chefe seria bem mais complicado.
Lá vou eu procurar um presente. Roupa não, pois acho chato escolher pra mim, imagine para os outros. Perfume também não porque podiam duvidar da minha masculinade, mano. Aí surge a grande idéia: um livro! O surto começa agora.
Na minha cidade não havia livraria e só podia ter livro nas bancas de revistas. Entrei naquela banca pequenina, milhares de revistas ao meu redor, e eis que meu olho fica frente a frente com
uma tal revista. Na capa, uma espécie de charge de uma mulher com os peitos de fora chamando um senhor de idade com um balãozinho que dizia "nem penso nos milhões que você tem no banco". Sim, era uma revista com piadinhas imorais.

Eu não me lembro de mais nada até a entrega do primeiro presente na festa. Quando percebi a maluquice que havia feito, comecei a suar frio. Eu ainda tinha três opções: fugir, dizer que não trouxe o presente porque era muito grande ou contar com uma ajudinha divina.
Veio a ajudinha divina.

Se eu tinha alguma dúvida se Deus realmente existia, ali a dúvida foi limada! Mas nem precisava me colocar nisso, não é Pai eterno? A cada conquista dentro da empresa, lembro-me dessa história e agradeço a Deus de novo.