29 de outubro de 2012

Pegadas na areia


Você já deve ter ouvido aquela historinha de que a vida é como uma praia, em que você caminha e deixa pegadas. E seu Deus em forma de homem, caminha ao seu lado em todos os momentos. Ao dar uma olhada em sua trajetória, você sempre percebe as pegadas de duas pessoas: as suas e as do seu Deus, mostrando que ele "nunca lhe abandona".

No entanto, nos momentos mais difíceis há apenas as pegadas de uma só pessoa. O leitor se intriga tentando entender por que o Deus em forma de homem o abandonaria justamente quando ele mais precisava.

Você sabe como termina essa história? Um amigo meu fez uma música em 1998 que conta direitinho como ela termina.



Sabe, eu já pensei em ser ateu, mas não consegui. Há muitas perguntas que não sei responder, mas que certamente têm uma resposta. E não vejo outra alternativa senão acreditar que há algo superior, baseado simplesmente na minha fé e no meu pensamento, que no mínimo me dê uma resposta a cada uma dessas perguntas.

Sem falar que gosto de pensar que, mesmo que o mundo todo esteja contra mim, pode existir alguém que possa me levar nos braços nos meus momentos mais difíceis, e me ajudar a renovar minhas forças para superá-los. Não me custa nada pensar assim.

9 de outubro de 2012

Minhas quatro filhas


Se você pensou que essas duas crianças da foto são as minhas duas filhas, temos algo em comum: eu também teria pensado.

Na verdade, à minha esquerda está a Mariana e à minha direita, Mariele. As duas tinham 4 e 2 anos na época, respectivamente. Em 2003, quando eu apenas sonhava em ter filhos, fui transferido para outra cidade e passei a morar num pequeno prédio com apenas quatro apartamentos. O prédio era amarelo, com um grande portão de colunas na frente. Havia um pátio entre o portão e os apartamentos, sendo que eram dois à esquerda e dois à direita, um em cima do outro. Minha esposa chamava o nosso prédio de “a casinha de bonecas”, já que cada apartamento tinha uma cor diferente.

Eu morava com minha esposa no apartamento de baixo, à direita de quem chegava no portão. Na casa de baixo à esquerda, morava uma simpática senhora separada e suas duas filhas. Essas duas meninas desenharam o meu futuro. Hoje vejo minhas duas filhas com as mesmas idades que elas tinham e não tem como não se lembrar de Mariana e Mariele.


Praticamente todas as noites nós brincávamos juntos. Em muitas oportunidades, nós pedíamos à Bia, mãe delas, para irmos a uma lanchonete, ou só passear de moto, os quatro, Mariele na frente, eu, Mariana e minha esposa. Obviamente, essas experiências me serviram como aprendizado. Foi um verdadeiro teste, e a cada dia minha esposa e eu nos sentíamos mais preparados para sermos pais. Havia dias que sentíamos o contrário, claro.

Para acabar de completar, o gênio das duas eram impressionantemente iguais aos gênios das minhas filhas atualmente. A mais nova, mais birrenta, chorona, carinhosa e menos tímida; a mais velha, mais calma, paciente, doce e atenta.

Será que Deus fez isso de propósito?

O fato é que Bia, Mariele e Mariana voltaram para sua cidade, Rolante-RS, e nós nos mudamos pouco tempo depois para outra cidade. Nunca mais nos vimos, mas a lembrança é muito forte, e a gratidão também. São daquelas pessoas que passam por nossa vida rapidinho, mas que deixam marcas pra sempre. Espero um dia poder reencontrá-las pessoalmente, porque sei que há um pouquinho delas nas minhas filhas, e a cada beijo que dou nelas, também estou beijando minhas “filhas” Mariana e Mariele.