6 de novembro de 2009

Um tocar diferente

Fui com uma colega visitar alguns de nossos clientes. Em uma das visitas, um aprendizado incrível: o filho da cliente tem 8 anos e tem duas próteses de vidro no lugar dos olhos.

Enquanto minha colega conversava com a mãe do menino sobre negócios, eu não parava de me admirar com aquela criança elétrica que brincava e andava pela casa como se tivesse uma visão normal, desviando de tudo, voltando a cabeça para quem falava...

Mas o que me impressionou mesmo foi sua sensibilidade. Ao perceber que eu estava lá, ele foi até mim. Com os bracinhos esticados e mãos sedentas por informação, por sentimento, ele tocou minha bolsa, depois meu braço e depois meu rosto.

- Você é o marido daquela menina que tá falando com minha mãe? Disse ele.

- Não, eu sou muito feio pra ela. Respondi rindo.

Ele riu e continuamos conversando. Enquanto conversávamos ele não parava de tocar em mim, na minha bolsa, querendo saber o que tinha dentro. Sua mão era tão macia, tão viva que eu a sentia como se estivesse me sugando informações, e de fato era isso que estava acontecendo. O mais interessante é que era um toque de carinho, de respeito, de “quero saber como você é, porque isso é importante pra mim”.

Mal sabia ele que estava sendo muito importante pra mim também. Aquilo me fez refletir muito sobre a atenção que devemos dar às pessoas, suas informações e do quanto é valioso receber atenção. Fez-me entender ainda mais que o olho é apenas uma das infinitas maneiras de se perceber alguém.

31 de outubro de 2009

Casamento

Essas fotos são de 2006. Na época eu morava em uma cidade e minha esposa em outra. A princípio isso parece ruim, mas considero uma fase fundamental de nossas vidas. Às vezes é importante estar longe para entender a importância de estar perto.

Já as coloquei no orkut e tirei. Elas mostram como era a nossa "rotina". Algumas pessoas pediram pra postar no blog e resolvi colocá-las agora.




É sábado e eu fico bem quietinho só esperando ela chegar.


Ela chega faminta e fica ali, do meu lado, para que eu faça sua comidinha.


Depois ela vai ler. Tão intelectual essa minha esposa!


Eu lavo toda a roupinha dela.


Passar roupa eu não gosto. Mas tudo por ela.


Ela me orienta em todas as ocasiões.


Querendo apressar o serviço pra ficar junto dela, cometo alguns deslizes...


Aí ela me chama atenção e me corrige me fazendo um homem melhor.


E depois dessa canseira toda, ela merece um descanso todo especial.

15 de outubro de 2009

Vai!

Fui passar um fim de semana na casa de uma tia, que mora numa localidade rural a 40 quilômetros daqui de casa. São 20km de asfalto e 20km de estrada carroçal, de várzea, com muita areia, pedras e até um rio no meio do caminho.

E toda estrada carroçal é cheia de desvios e entradas, então, torna-se praticamente uma obrigação ter que parar para perguntar a quem aparecer no caminho. O problema é que fomos em horário de almoço e não aparecia ninguém para nos dar informação. Aí fiz o vídeo abaixo pensando em postar pra você.

No entanto, o engraçado do vídeo é mais uma vez a minha filha. Sempre que pegamos a câmera digital e apontamos pra ela, dizemos "Vai!" para que ela faça uma pose. Ela aprendeu isso e agora ela é quem fica falando "Vai!" e fazendo pose. Também funciona com celular.


6 de outubro de 2009

Quebranto

Quebranto é uma espécie de mau olhado que afeta a felicidade de alguém. Trata-se de uma prática parecida com aquele negócio de "trabalho espiritual" sobre uma pessoa. E dizem que quebranto em gente feia, mata.

Minha mãe sabia disso e executou uma das coisas que me provam ainda mais o amor que ela tinha por mim.

Certo dia, uma conhecida macumbeira de nossa cidadezinha nos faria uma visita. Ela então ficou com muito medo de que a maluca pudesse me colocar um quebranto. O que falavam sobre a macumbeira é que ela bastava ela olhar para a pessoa e o "encosto" se instalava. E como minha mãe mesma dizia, eu fui um bebê muito feio. Tão feio que aprendi a andar com poucos dias de nascido, pois ninguém queria me pegar no colo. Se o quebranto vem em mim, Zé Fini.

Então, no dia da visita ela preparou um espaço especial no guarda-roupa para me esconder por lá quando ela chegasse. E ela fez isso.

Quem disse que para amar, precisa achar bonito? Obrigado, mãe.

Abaixo uma foto de quando eu era bebê.

E não me venha com negócio de "coisa fofa" porque eu sei que é mentira. hahaha

17 de setembro de 2009

A culpa é da mulher

No final, todo homem quer conquistar a admiração dos outros. Principalmente das mulheres. Nesse caso não estão inclusas as mulheres com as quais o homem jamais poderia constituir uma família, como por exemplo a mãe, a avó ou uma filha. Quando toma qualquer atitude ou escolhe aquela roupa diferente, ou ainda, faz aquela tatuagem... no fim, o interesse é sempre o mesmo: “Quero ser admirado. Principalmente pelas mulheres."

E quando falo em “qualquer atitude” é qualquer atitude mesmo. Até o mover de um palito de dentes à boca, é motivado por esse interesse. Agora você, homem, deve estar se perguntando: “Ué, mas estou aqui na frente do computador lendo um blog... em que meu interesse pela admiração de mulheres tem a ver com isso?”

Não é difícil de entender. Se um homem fizer um exercício do tipo “perguntas sem fim”, como por exemplo:

Por que estou lendo esse blog?
Resposta: Porque não tenho outra coisa pra fazer.

Por que não tem outra coisa pra fazer?
R – Porque estou no meu horário de descanso.

Por que está no horário de descanso?
R – Porque trabalho o dia inteiro e mereço.

Por que trabalha o dia inteiro e merece?
(enfim...)

A resposta final de um ciclo aparentemente interminável de perguntas só terminará quando ele disser: “Porque quero ser admirado. Principalmente pelas mulheres que admiro.” E se você continuar o exercício se perguntando por que quer ser admirado, vai responder com “porque sou homem e minha natureza é assim.” E aí finaliza. Para um homem, ser admirado por uma mulher que ele próprio admira, é o atestado de que suas atitudes estão levando-o ao rumo certo de sua vida.

Essa mulher diz: “Ah, como é lindo o homem com barriga de tanquinho.” E o homem irá para academia, fará flexões ou tomará anabolizantes para ficar forte e com o tal do tanquinho. Ela valoriza quem tem dinheiro, e o homem busca fazer o máximo de fortuna possível, independentemente da forma, alguns com honestidade, outros não. Ela valoriza quem é decidido, e o homem vai lá e toma decisões com toda firmeza, alguns sem nem pensar direito nas consequências.

Certa vez questionei um amigo que passou a fumar maconha e perguntei por que ele havia entrado nisso. Ele respondeu: “Porque mulher gosta é de maconheiro.” Não é que todas as mulheres do mundo gostem de maconheiros, mas as que eram alvo do desejo por admiração do meu amigo, ou seja, as mulheres que ele admirava, gostavam. E de repente ele mudou por isso. Da mesma forma como muitos amigos que passaram a ir para festas, começaram a beber e até a frequentar igrejas. “As mulheres gostam” é o motivo final, e a penúltima resposta antes de sua própria natureza.

Quando eu tinha por volta de 6 ou 7 anos, admirava muito uma vizinha que tinha seus 17 ou 18 anos. Achava ela muito bonita. Ficava vermelho quando a via. Minha mãe contava que um dia me mandou calçar o chinelo e eu não fui. Essa vizinha pediu que eu fosse e imediatamente fui. Voltei exibindo meu chinelo quando ela disse que "não gostava de menino com cabelo assanhado." Fiquei com vergonha, saí de fininho e cinco minutos depois, lá estava eu com o cabelo penteado. E ela ficou brincando comigo. Cada vez que eu ia e voltava, ela dizia que estava faltando algo e eu ia, ajeitava e voltava novamente, só pra ser admirado por ela.

Conheço homens que passaram a infância e a adolescência como nerds, CDF's, bons alunos, boas pessoas, educados, mas... como as mulheres que eles admiravam não curtiam isso eles, puf, mudaram. Assim como conheci um cara que era um perfeito vagabundo, mas que se transformou após perceber que a mulher que ele admirava, não daria chances a quem não gostasse de trabalhar, transformando-se num batalhador e trabalhador de mão cheia.

Com isso, as mulheres podem ter uma certeza: elas são responsáveis pelo destino dos homens que as admiram. E o comportamento do homem, nada mais é do que o reflexo do que as mulheres que ele admira, esperam dele. Ou seja, se hoje sou como sou, é culpa da minha esposa. Se você, homem, é como é, é culpa das mulheres que você admira.

Já estive lá! [Varshana]

5 de setembro de 2009

Leopardo

Música nos remete a lembranças e fatos que aconteceram enquanto a ouvíamos. Se algum fato marcante lhe ocorreu e naquele exato momento tocava uma música, nem que se passem 30 anos, você lembrará o fato assim que a ouvi-la novamente.


Assim também é o perfume. O cheiro, assim como a música, marca acontecimentos ou períodos no tempo. E no meu caso mais ainda, pois nunca usei o mesmo perfume por 3 vezes seguidas. Sempre mudava. Então, quando sinto o cheiro de um dos meus perfumes do passado, sempre lembro a época em que o usava. Impossível sentir o cheiro do número 65 do Contém 1g e não lembrar o dia em que perdi minha mãe ou ainda sentir o fortíssimo Free do Boticário e não recordar da primeira namorada.


Ontem senti um cheiro, que me fez lembrar algo que definitivamente ficou marcado. Trata-se da fragrância de uma colônia chamada Leopardo, que foi o primeiro perfume não tão barato que comprei.


Leopardo foi indicação de um colega de estágio, que contou que usava e as meninas gostavam muito por ser doce e agradável. Não contei pipoca e no caminho de casa, passei na loja onde tinha todos os perfumes que se possa imaginar. A Loja do Careca. E o Careca foi outro que disse que o perfume era uma maravilha, que era muito comprado e que as mulheres adoravam. Não pedi nem que tirasse da caixa e já levei.


À noite, antes de ir para o colégio, abusei. Passei Leopardo até onde você, que só pensa maldade, está pensando. E a primeira reação foi memorável:

- Que diabo de cheiro é esse, menino? Perguntou uma colega.

Aquilo me matou, mas eu ainda tinha esperança de que só ela não havia gostado.

- Ave, que perfume podre! Vai trocar isso! Disse outra.

Aí foi o fim. Admito ser chamado de feio, de bocó, de burro, de imbecil, de idiota, mas de fedorento não.

- Valha, como tu tá fedorento! Disse a terceira e última que me viu naquela noite.


Antes de a aula começar, voltei pra casa correndo, pra tentar chegar a tempo. Tomei um banho, tirei aquela coisa de mim, e nunca mais usei Leopardo... no corpo.


Eu jogava futebol, era goleiro titular do colégio e jogava praticamente todos os dias. Dias antes de comprar Leopardo, eu havia comprado um par de luvas especiais, com boa fixação, lindo design e com uma textura perfeita pra agarrar melhor a bola. Eu não costumava lavá-las e, por concentrar um volume considerável de suor, ficavam com cheirinho ruim. Então tive uma idéia genial: passar Leopardo nelas.


E derramei o vidro inteiro nas luvas. Não era possível que o cheiro de Leopardo fosse pior do que o do suor.


Mas era.


E aquele cheiro me acompanhou por toda minha adolescência durante os jogos. E o pior: impregnou de um jeito que por mais que eu lavasse as luvas, o cheiro não saía. E não saiu até hoje.


Ontem estava arrumando uns trecos aqui em casa e achei as coitadas e quando peguei que senti, lembrei de tudo. Leopardo, mais marcante impossível.

23 de agosto de 2009

DENÚNCIA - Trabalho Infantil

Gostaria de contar com o apoio de vocês para denunciarmos a minha esposa (agora EX-esposa) porque descobri que enquanto estou fora de casa, ela fica colocando nossa filhinha de um ano e meio para fazer trabalho escravo em casa, e de quebra ainda fica filmando.

Denuncie já!



;)

21 de agosto de 2009

Autógrafo

Nada melhor para alguém do que a sensação de ser querido, de ser amado. Ser amado por um amigo ou por um parente é normal, mas ser amado por alguém que lhe viu apenas uma vez ou através de televisão, não tem preço. É o sinal mais forte de que a sua “luz interi
or” está brilhando e emanando boas energias. Isto acontece muito com os famosos. Atores, cantores, escritores, esportistas... gente bem sucedida que simplesmente aparece à nossa frente e nos deixa mais felizes.

E dar um autógrafo então, eleva o ego. Pelo menos foi o que aconteceu comigo quando dei meu primeiro e único autógrafo da vida. Claro que os autógrafos que deixo nos bancos, nas financeiras, no crediário das lojas e nos cupons do cartão de crédito não contam. Autógrafo, no sentido de “elevar o ego”, só aquele em que a condição é algo de bom que foi feito e onde o objetivo é deixar uma lembrança para quem sua luz brilhou.

Foi num torneio de futebol de salão em uma cidade vizinha. Meu time era de veteranos, mas o goleiro podia ser jovem, no caso, eu. O torneio consistia em três partidas e o campeão teria que vencer todas. A quadra (ou ginásio) estava lotada, pessoas assistiam de pé se amontoando. Como meu time era o da maior cidade entre as que disputavam, havia uma pressão e certa antipatia contra a gente, como se nos achássemos os melhores e tal.

E logo na entrada para o primeiro jogo, onde tivemos que passar pelo meio do amontoado das pessoas, já senti que seria uma noite diferente. O jogo era contra o time da casa e “viado”, “fidiquenga”, “maconheiro” e “corno” foram os nomes mais suaves que ouvimos enquanto caminhávamos.

Bom, vencemos os dois primeiros jogos com certa facilidade e a raiva da torcida local só aumentava. Não importava contra quem e de que forma, mas eles queriam que perdêssemos.

Então aconteceu a final e, se nos dois últimos jogos a minha estrela havia brilhado, agora eu era o sol. Nem eu sei como é que consegui defender tanto chute. É como se eu fosse uma marionete com alguém muito poderoso lá me controlando. Com o cansaço do nosso time e a insistência do adversário, a torcida começou a pender e torcer pelas defesas que eu fazia. A cada defesa uma vibração enorme. Em uma das defesas, espalmei a bola e ela foi rolando, devagarinho, na direção do gol e um zagueiro recuperou colocando-a pra fora. Houve delírio mesmo.

E para coroar, a partida findou em 0 x 0 indo para os pênaltis, e então defendi a bola final consagrando a vitória do meu time. Houve uma invasão na quadra e todos vieram pra cima de mim, queriam me cumprimentar, me abraçar, uns chegavam perguntando “como é que você faz isso”... Olha, sensação incrível.

E eis que surgem os dois momentos mais marcantes. No primeiro, um cara com um gravador de fita cassete pedindo que eu fizesse uma entrevista para passar no seu programa de esportes da rádio no dia seguinte. Era a minha primeira entrevista. E no segundo, uma menina chega com seu caderno escolar pedindo um autógrafo. Na hora me veio muitas coisas na cabeça mas escrevi apenas meu nome e agradeci. Ela não quis mais nada, virou e saiu feliz. Como esquecer aquilo?

Depois disso, fiquei treinando por dias meu autógrafo. Queria ser um pouco mais criativo, sei lá, colocar “com carinho” ou “felicidades” para o próximo que pedisse. Mas o fato é que nunca mais tive uma atuação tão brilhante quanto naquele dia e jamais dei um segundo autógrafo.

11 de julho de 2009

Nas mãos de Deus

Perdi meu final de semana, perdi meu celular com todos os meus contatos, terei um prejuízo de quase três mil reais com meu carro e estou emocionado de tanta felicidade e alegria agora. Sabe por quê?

Porque definitivamente descobri que Deus me protege e, ainda por cima, protege minha família que tanto amo.

Na manhã deste sábado programei uma viagem às serras com minha esposa e filhinha de um ano e meio. As serras daqui são maravilhosas, floridas, tranquilas e com um friozinho de 10 a 15 graus. A região é conhecida como a "Suiça brasileira". Um ótimo lugar para repousar. Apesar de ser toda em asfalto, a estrada pra lá é bem fina. De um lado tem um abismo e do outro grandes valas para escoamento de água.

Pois bem. Deu 16h30 e nos ajeitamos para sair. Ao dar a partida no carro, descobri que a bateria estava descarregada. "Não vai dar pra gente ir", falei pra minha esposa e ela respondeu com certa tristeza "Tudo bem, amor." Então para compensar a frustração fomos dar uma volta de moto.

No retorno, nosso vizinho que vive de transportar em carros de aluguel estava na calçada da casa dele e decidi perguntá-lo se tinha como ele fazer uma chupeta no meu carro, ou seja, transferir a energia da bateria do carro dele para o meu. Ele disse que tinha, mas teríamos que ir pegar o equipamento na casa de um amigo dele. Peguei a moto fui lá com ele.

Ao retornar, empurrei meu carro para fora até a entrada do portão onde o carro dele estava para fazermos a ligação entre as baterias. Quando ele pediu que eu funcionasse meu carro, tive dificuldade para abrir a porta pois estava muito encostada da parede. O meu celular estava incomodando uma das minhas mãos e o coloquei em cima do carro para que eu entrasse com mais facilidade. O carro funcionou.

Agradeci pela prestatividade do vizinho e, feliz, chamei minha esposa para fazermos nosso passeio. Ela veio correndo, fechei as portas de casa, entramos no carro e iniciamos a viagem por volta de 19h30.

Três quilômetros depois, na saída da cidade e próximo a um posto de gasolina lembrei que havia deixado o celular em cima do carro e parei só pra confirmar que o havia perdido. Então, decidi fazer a volta e retornar lentamente tentando localizar o celular no chão.

Eis que, com 20km/h, perco o controle da direção e o carro escorre arrastando no asfalto para o lado contrário da pista. A suspensão do carro havia literalmente quebrado.

Fiz os procedimentos iniciais de segurança e fui atrás de ajuda no posto de gasolina. O carro não podia sair do local porque as rodas da frente estavam travadas. Uma pessoa do posto ligou para um amigo que tem uma oficina perto, que veio de pronto para ajudar. Outra pessoa se ofereceu para ir deixar minha esposa e filha em casa enquanto resolvíamos o problema na estrada.

Tivemos que usar um macaco e a ajuda de quatro homens que estavam no restaurante do posto para empurrar o carro até lá para que amanhã possamos ver o que fazer.

Tudo aconteceu para que eu não fosse para a serra com o carro naquela situação, pois inevitavelmente cairia em um abismo. E também para que eu não estivesse em alta velocidade pois, segundo o mecânico, 40km/h numa curva seriam suficientes para fazer o carro sair da pista ir para a ribanceira.

Com minha esposa e minha filhinha...

Não acredito que tenha sido por acaso que a bateria, que comprei a menos de quatro meses, tenha descarregado ou que eu tenha esquecido meu celular em cima do carro. Tem que ter sido Deus.

Tenho palavras pra contar pra vocês, mas não tenho palavras pra agradecer a esse Deus superior que me protegeu hoje e em muitas outras oportunidades. Estou aqui no computador e minha esposa está com minha filha vendo TV e brincando. Isso é maravilhoso! Vou já pra lá.

25 de maio de 2009

Video-cassete e Bruce Lee

Boa parte da minha infância foi no escuro. Ainda lembro o dia em que foram colocar os postes para a rede de energia na minha rua. Com a chegada da eletricidade, a vida mudou completamente e surgiram alguns novos hábitos.

Televisão... nem vou me alongar na revolução que essa máquina gerou quando a vimos funcionar. Confesso que, por várias vezes, coloquei minha mão por trás imaginando vê-la na tela, ou ainda, procurei através dos furos de ventilação, a fim de ver se havia alguém dentro dela, até assistir no Castelo Rá-ti-bum como ela funcionava de verdade.

Mas o que quero contar aqui foi o que aconteceu quando meu pai comprou o primeiro vídeo-cassete do bairro. Nos finais de semana, minha sala estava sempre lotada de amigos para vermos as fitas que ele alugava numa cidade vizinha a 15 km.

Os comentários do tipo:

“Nossa, que fita grande.” (Comparávamos com a fita cassete de músicas)
“Caramba, não passa propaganda!”
“A gente pode voltar e ver de novo!”
“Aperta o ‘pause’ bem na hora da voadora!”
 
Sim, a hora da voadora era sempre a mais esperada, porque não tinha graça nenhuma ter um vídeo-cassete e não assistir aos filmes do fantástico Bruce Lee. Esse era, definitivamente, o nosso maior ídolo da telinha naquele tempo. E não víamos só uma vez, repetíamos até dar sono. Todas as crianças queriam ser o Bruce Lee, ter sua agilidade, inteligência, calma, paciência e inclusive aquele grito todo especial.

10 de maio de 2009

Turma Inesquecível

Em toda a minha vida estudantil, sempre tive a sorte de estar entre turmas bacanas, ousadas, comprometidas e divertidas. Mas há uma turminha que continua na minha memória como se fosse ano passado. É a turma de 1995, a da 8ª série, onde as coisas mais doidas e marcantes aconteceram e que hoje, percebo sua parcela de contribuição para a pessoa que sou hoje.

A primeira ida à secretaria, a primeira medalha, o primeiro reconhecimento em público, a primeira namorada, os amigos inseparáveis, a primeira briga, a primeira viagem com a turma... São tantas histórias! Algumas, até já contei por aqui.

Cada um tinha seu apelido e era proibido chamar-nos pelo nome. Havia até uma cartolina na parede com todos os apelidos pra ninguém alegar que deu branco. Tinha o Pinto Pelado, o Coureiro, a Maria Cueca, a Calcinha de Boneca (com versão em espanhol El Calcita de Boneca), o “C” (contração de só quer ser viado), o Chorão, o Pezão, a Vaca, o Frango, a Fodaidors (e não me pergunte o porquê, por favor), o Patilha e o maior apelido da história dos apelidos: Sopaneladaossadazedamargossaurodontopodre. O meu apelido? Não digo. Mas justifico: eu juro que não tinha um domingo que eu não tomasse banho.

Criamos também a primeira banda da escola. Não tínhamos instrumentos musicais, mas tínhamos dedos, peito, canetas e as cadeiras pra fazer um som legal. O repertório variava entre paródias esculhambadas e músicas de igreja. Haha

Esse post é uma pequena homenagem a cada um que fez parte dessa infância maravilhosa que tive. Obrigado e saibam que cada um está aqui no meu coração.

P.s.: Se alguém tiver fotos dessa época, por favor envie para que eu possa ilustrar aqui, tá? :)

UPDATE: A foto:

7 de maio de 2009

A Boneca 'da' Barbie

Minha esposa fez um vídeo e eu coloquei umas legendas pra ilustrar uma conversa que tive com a Lumara (um aninho e dois meses) por telefone, onde ela me impôs a compra de uma boneca 'da' Barbie. Assista e divida com os amigos, você vai gostar. :)

3 de maio de 2009

Bebida

Desde pequeno convivo com pessoas que adoram beber. Acredito que tenho algo que as atrai pra perto de mim.

No meu time de futebol, entre 30 garotos que viajavam para jogar em outras cidades, eu era o único que não ingeria uma só gota de álcool. Nem por isso eu deixava de me enturmar e estava sempre no meio da roda, rindo das macacadas de quem bebe e fazendo as minhas. É, não preciso beber pra fazer macacada. Aliás, confronto de igual pra igual com o Canabrava em imitação de bêbado. Os amigos mais próximos, que sabem que eu não bebo, chegam a ficar cheio de dúvidas se bebi ou não. :)

Eu tive muitas chances de ser influenciado e começar a beber também. As consequências que a bebida proporciona já me assustavam, mas mesmo assim, certo dia fui experimentar o gosto. Tinha que haver algo de bom nisso.

Primeiro foi um gole de cerveja: que treco amargo! Depois foi a cachaça: cara, como alguém pode gostar de uma coisa queimando pela goela? Enfim, decidi que aquilo não era pra mim e ratifiquei ainda mais meu pensamento de que há gosto pra tudo.

Há uma reação imediata quando alguém descobre que não bebo. Perguntam se eu sou evangélico e eu respondo automaticamente que "não, não sou evangélico, apenas não me dou com o gosto".

Não tenho nada contra pessoas que bebem. Cada um faz a si o que quer. O problema é que, ao beber, a pessoa - com o desequilibrio provocado pela bebida - pode afetar negativamente a vida de outras pessoas e isso não acho justo.

1 de maio de 2009

Mães

Não gosto de colocar vídeos do Youtube no blog, mas vou abrir uma exceção. O comercial da Claro para o dia das mães é o mais simples e bonito que já vi. Por favor veja.




Às mães, meu reconhecimento e meu muito obrigado por existirem.

23 de abril de 2009

Amigo Secreto

Estou há quase 13 anos na mesma empresa e, graças a Deus, tive muitas conquistas e cresci muito dentro dela. No entanto, tudo poderia ter ido água a baixo logo no primeiro mês quando participei do amigo secreto entre os colegas no final daquele ano.

No dia do sorteio dos papeizinhos, acabei pegando um outro estagiário. Menos mal, pois sou péssimo para escolher presentes - e você vai concordar inteiramente comigo mais à frente - e escolher para um chefe seria bem mais complicado.

Lá vou eu procurar um presente. Roupa não, pois acho chato escolher pra mim, imagine para os outros. Perfume também não porque podiam duvidar da minha masculinade, mano. Aí surge a grande idéia: um livro! O surto começa agora.

Na minha cidade não havia livraria e só podia ter livro nas bancas de revistas. Entrei naquela banca pequenina, milhares de revistas ao meu redor, e eis que meu olho fica frente a frente com uma tal revista. Na capa, uma espécie de charge de uma mulher com os peitos de fora chamando um senhor de idade com um balãozinho que dizia "nem penso nos milhões que você tem no banco". Sim, era uma revista com piadinhas imorais.

Eu não me lembro de mais nada até a entrega do primeiro presente na festa. Quando percebi a maluquice que havia feito, comecei a suar frio. Eu ainda tinha três opções: fugir, dizer que não trouxe o presente porque era muito grande ou contar com uma ajudinha divina.

Veio a ajudinha divina.

Acredito que Deus deve ter dado muita risada e, piedoso como sempre, me ajudou. O "felizardo" até então era o único que não havia chegado na festa. A cada presente que ia sendo aberto, eu grudava os olhos na entrada do restaurante pedindo que ele não chegasse. O meu nome não saía e algumas pessoas começaram a se preocupar com o rapaz que não chegava. Por sorte, celular era coisa de milionário naquela época e ninguém conseguiu entrar em contato com ele. Até que fui chamado e - olhando para a porta - falei com todo alívio do mundo que infelizmente o meu amigo secreto não estava entre nós mas que daria o presente dele posteriormente.

Se eu tinha alguma dúvida se Deus realmente existia, ali a dúvida foi limada! Mas nem precisava me colocar nisso, não é Pai eterno? A cada conquista dentro da empresa, lembro-me dessa história e agradeço a Deus de novo.

21 de abril de 2009

Preguiça

Sabe que às vezes eu paro pra pensar e surgem umas teorias meio malucas. Uma delas é que, para mim, a maior força que move a transformação do ser humano no mundo é a preguiça.

Tenho quase certeza de que as maiores invenções, as mais revolucionárias, foram criadas por grandes preguiçosos. Desde a invenção da roda, quando um preguiçoso pensou: “Caraca, dá muito trabalho carregar esse troço arrastando no chão!” Veja outras invenções que surgiram da preguiça:

Pólvora
Fez com que o preguiçoso não precisasse chegar muito perto da vítima e arriscar sua vida. E puxar o arco da flecha é bem mais desgastante do que puxar um gatilho.

Escrita
Pois era extremamente trabalhoso ter que contar a mesma história várias vezes.



Máquinas
Preciso falar? Acabaram com 99% do desgaste físico humano. Restou o desgaste de apertar os botões, mas já estão trabalhando em como ativá-los apenas com o pensamento.



Ferramentas
E até os sorrisos ficaram mais bonitos! Cortar grandes árvores com os dentes, nunca mais.



Veículos
Não vai falar que depois que você comprou sua moto, ainda tem forças para andar 100 metros a pé?



As grandes ideias sempre surgem para minimizar - ou até limar - o esforço e o desgaste. É a infindável busca pela objetividade, agilidade e eficiência, movida pela preguiça... quem diria. Então, quando alguém lhe chamar de preguiçoso, dê um sorriso irônico e responda que está revolucionando o mundo.

E falando em objetividade, siga-me no Twitter! Valeu.

15 de abril de 2009

O Cantor de Igreja

Há um movimento na igreja Católica conhecido como Renovação Carismática que há alguns anos acolhe muitos jovens que antes iniciavam na religião através dos sacramentos do crisma, primeira comunhão... a igreja e as pessoas que são responsáveis pelo seu crescimento perceberam que o jovem só é atraído por movimento, energia, emoção e som.

Pois é. Eu acabei embarcando nisso quando mais jovem. E entrei pela janela. Não passei por processos longos de aceitação ou outros critérios que nem vou comentar senão mudarei o foco do assunto. O fato é que eu tinha uma voz legal, grave, afinada e entrei em um grupo de música.

A minha mãe era bem afinada. Sempre cantava muito e ouvia muitas músicas de qualidade. Eu ficava muito ao redor e acabei seguindo no embalo. Acho que afinação não se aprende (pode-se até melhorar), mas é algo que Deus dá de presente.

E então comecei a cantar em um grupo da igreja. As missas mais bonitas tinham o grupo Totus Tuus na parte musical. Eu era apenas uma das oito vozes que faziam daquelas músicas, motivo de admiração e atenção durante a missa. Foi uma grande fase na minha vida, de muito aprendizado, de entender um pouco mais do sentimento das pessoas, principalmente com relação à religião. E o mais importante: amadureci muito entendendo que há pessoas de todos os tipos e que nem todas são boas apesar de parecerem. E, quando somos cientes de que as pessoas podem e têm o direito - que Deus deu - de serem falhas, ficamos menos sensíveis às possíveis decepções pela frente.

Deixei tudo para trás exceto duas coisas: a minha esposa - que conheci naquele tempo, e o prazer de cantar e ouvir uma boa música.

Contatos para show: (85) 8624... eheh estou brincando. Atualmente só canto no banheiro e para minhas meninas. :)

14 de abril de 2009

Reforma geral

O Blog já tem 2 anos e ainda não havia feito nenhuma mudança muito significativa. Não sei o que houve mas ultimamente tenho recebido visitas além do número natural e aí resolvi ajeitar mais um pouco.

Mudei a parte de cima com uma logomarca nova, mais moderna e considerando o anômimo mesmo. E haverá apenas 6 posts por página para ficar mais leve e respeitar aqueles que ainda não usam banda larga.

Coloquei links à direita para quem quiser fazer parte da comunidade do blog no Orkut e para quem quiser me acompanhar no Twitter.

Mudei a ordem das coisas da barra direita para priorizar o que acho mais importante mesmo. Os links dos amigos estarão ali sempre que atualizarem seus blogs (e sempre espero ansioso).

Procurarei usar o mínimo de fotos da internet e produzir minhas próprias fotos para ilustrar o blog. Vai ficar ainda mais original.

Bom, espero que você goste e continue sempre bem vindo ao nosso blog. Obrigado a todos que comentam e ajudam a divulgar.

Para matar a saudade, veja links dos posts mais memoráveis segundo a comunidade. Um abraço!

http://anonimofamoso.blogspot.com/2007/04/coisas-de-me.html - Coisas de Mãe

http://anonimofamoso.blogspot.com/2007/05/no-eu-no-dou-sinal-de-luz-para-os.html - Não dou sinal de luz

http://anonimofamoso.blogspot.com/2007/06/saudade.html - Saudade

http://anonimofamoso.blogspot.com/2007/06/blog-post.html - Água pura

http://anonimofamoso.blogspot.com/2007/08/flanelinha.html - Lavador de Carros

http://anonimofamoso.blogspot.com/2007/09/doce-de-leite.html - Doce de leite?

E tem muito mais!

13 de abril de 2009

Ninar

Dormir ao som de uma música é bom. Dormir ouvindo o pai ou a mãe cantando é indescritível. E nem precisa ser filho do Fábio Júnior, do Julio Iglesias ou da Zizi Possi.

Ouvir a voz de quem temos certeza que nos ama, cantarolando o que a gente nem entende, parece surtir um efeito de proteção, tranquilidade, paciência e muita confiança. A Lumara é difícil de dormir. É elétrica! Quando a gente pensa que ela vai dormir, ela percebe algo e pronto, volta à eletricidade máxima. Mas... quando a gente resolve ter a paciência de cantar, ela para, observa, pouco-a-pouco encosta a cabeça em nosso peito e... puf! Dorme.

Tenho uma tia que descobriu uma melodia fatal. É de uma música que sempre se canta nas igrejas católicas que diz "Aleluia" oito vezes seguidas em tons diferentes. É tiro e queda. Percebi que ela também gosta das melodias de alguns comerciais que ouço de vez em quando, em especial, um do canal Futura onde um homem de ar sai flutuando pelo mundo do conhecimento. Estou tentando adaptar o hino do São Paulo mas não tem sido muito eficiente.

Enfim, já é uma tradição de família. Minha mãe também cantava pra mim e, o melhor, com letras próprias! Uma delas e a mais inesquecível era:

"Luilton Pires de Almeeeeidaaa... é um menino inteligente!
Ele é o meu futuuuuuroooo e tambéééém o meu presente!
Ele quando cresceeeeer, vai ser o que ele quiseeeer...
Só seeeei que para ele, não vai faltar mesmo é uma mulheeeeer!
Laiá-laiála-lalalaiá-laiá-laiála!"

7 de abril de 2009

A época das brincadeiras

Durante minha infância, uma brincadeira era como uma estação do ano: tinha seu tempo, sua época.

Tinha o tempo da bila...
Bola de gude

E todas as ruas se enchiam de buracos, cacos de bila, cada criança com seu saquinho de bila, bilas coloridas, havia luta pelo maior cocão (bila maior), bilas de ferro eram roubadas dos rolamentos nas oficinas e muita diversão.

Tinha o tempo da arraia...
Pipa

E todas as crianças não viam a hora de voltar da padaria, pegar a sacola e transformar em rabiola (rabo da pipa). As papelarias adoravam ver aquele monte de criança querendo comprar papel de arraia. Linhas nylon – sem cerol - enroladas em latas de leite vazias para passar a tarde inteira vendo aquele colorido no céu.

Tinha o tempo do estorô...
Uma espécie de polícia e ladrão entre grupos.

E ninguém queria correr menos que o amiguinho. Os moradores nem estranhavam quando a gente invadia seus quintais procurando um bom esconderijo, e ninguém se importava de correr sem camisa e com uma máscara de ninja pelo meio das ruas.

Tinha o tempo do tubo...
Esconde-esconde onde o poste é substituído por um tubo de plástico.

E não se falava em mais outra coisa durante todo o dia. Mais de 20, 30, 50 crianças de todas as partes da cidade se reuniam em volta de um único tubo. O que conseguia chutar mais vezes o tubo e libertar muitos amigos virava herói no dia seguinte.

Tinha o tempo da carteira de cigarro...
Embalagens de cigarro transformadas em notas – como dinheiro - que eram usadas em pequenas apostas ou competições de tiro de chinelo à distância.

E rico era quem conseguia encontrar uma carteira de cigarro importado. A demanda das ‘notas’ definia seu valor. Lembro-me que Belmont (a mais usada por bêbados) era a nota mais baixinha, todos conseguiam achar. A Charm era de valor médio. Malboro e outras raras eram equivalentes a ouro. E em toda a minha vida, jamais encontrei outra boa serventia na fabricação de cigarros.

Tinha o tempo do futebol de travinha...
Futebol jogado no meio da rua onde as traves têm menos de um metro e são feitas com uma banda de tijolo ou chinelos.

Ah, o futebol! Todo tempo era tempo de futebol. Chegar da aula, trocar de roupa e partir para a rua jogar futebol! Ainda lembro de detalhes, algumas jogadas e de um gol de cabeça que fiz.

A infância precisa ser intensa, gostosa e inesquecível. Tive muita sorte por ter pais que compreendiam isso e ainda, por ter amigos que me ajudaram a fazer de minha infância a preciosidade que foi.

1 de abril de 2009

Vocação para ensinar

E quando eu pensava que tinha o dom de repassar conhecimento e ensinar, eis que minha esposa faz a pergunta que mudou completamente esse pensamento:

- Mô, me ensina a dirigir?

A princípio considerei uma ótima ideia. Lembrei das viagens que fazemos à noite e que eu bem que poderia trazer a Lumara no colo enquanto ela dirigiria. Topei na hora e aí fizemos a primeira aula.

Senti que ela estava emocionada ao sentar no banco do motorista. Suas mãos tremiam um pouco e seu sorriso era contagiante. Percebi também que ela tentava me esconder, por trás desse sorriso, que estava morreeeendo de medo. Tentei tranquilizar falando que era muito simples e dando as orientações mais básicas.

O carro estancou cinco vezes antes de ela conseguir sair. Não adiantava eu tentar acalmar, o negócio não fluía. E aí seguimos normalmente, de segunda, quando vem um carro em nossa frente numa pista onde passariam uns 10 carros ao mesmo tempo:

- E agora, e agora, e agora? Perguntou ela.

Repeti "calma" muitas vezes sendo que eu mesmo não consegui ficar calmo. Ela parou o carro e disse que nunca mais dirigiria comigo do lado.

Um mês depois, eu mesmo, com sentimento de culpa, decidi pedir pra ela tentar mais uma vez. Ela aceitou. Nessa vez, o carro só estancou quatro vezes e no primeiro cruzamento ela quase subiu na quina da rua quando foi fazer a curva. Confesso que perdi um pouco a paciência, aliás, descobri que não tenho paciência para ensinar a dirigir.

O que me conforta é que conversei com alguns amigos que comentaram sobre a mesma dificuldade. Concluí que é extremamente difícil "ensinar à noiva, namorada ou esposa a dirigir". Por que será?

Aqui fica meu reconhecimento aos amigos que conseguem essa façanha. :)

30 de março de 2009

Ptu, papapapa, Jibuuu, paiiinnnnn, mamamama!

Minha filha está cada vez mais linda e a agora está muito faladeira. Fala de tudo, mas num idioma que é só dela.




Eu juro... Eu juro que pagaria caro pra entender o que ela quer dizer.

24 de março de 2009

Meu nome é esquisito?

Lu-il-ton... a princípio um nome esquisito mas que depois do orkut, mostrou que nem é tão esquisito assim.

Tem um que é de Quixeré e ainda é fera:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=15778067358183162281

Outro que é DJ:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=2619223973838332133

Tem o pegador:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=17943153372058433742

Tem até um presidente dos EUA:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=17740397942494601651

Bom... agora só falta alguém colocar o nome "Luilton" em algum personagem de novela das oito e aí sim, nunca mais terei que repetir meu nome três ou quatro vezes a quem perguntar!

23 de março de 2009

O Primeiro Artista

Na minha infância, as noites de sexta-feira tinham sempre um brilho diferente. Era dia de cantoria na quitanda do vizinho.

O cenário era sempre o mesmo: uma lâmpada amarela pendurada na frente da casa, dois tamboretes, uma viola, um pandeiro e um chapéu no chão. Bancos de madeira em forma de V, acomodavam a plateia que chegava aos poucos e a partir das 20h todos ficavam apenas aguardando o nosso grande ídolo.

Era o momento de rever os vizinhos, a comunidade. A roupa nova que fulano comprou, o chapéu novo, o perfume forte, o sorriso e a petulância de cicranos...

Todos queriam ver ele. O maior cantor de cantoria que conhecíamos. O que encantava todas as senhoras, tinha o respeito dos senhores e admirava aos olhos das crianças como eu.

Manoel Gonçalves.

O parceiro dele (o do pandeiro) variava, mas ele, Manoel Gonçalves, sempre estava lá com sua viola fazendo rimas e rimas, cantando a nossa vida e no nosso ritmo. Não durava 10 minutos, o chapéu enchia de dinheiro.

Após o show, eu e meus amigos saíamos cantarolando os versos, certos de que queríamos ser cantores de cantoria quando crescêssemos.


"Coqueiro da Bahia, quero ver meu bem agora...
Coqueiro da Bahia, quero ver meu bem agora.
Quer ir mais eu, vamos! Quer ir mais eu, vumbora!
Quer ir mais eu, vamos! Quer ir mais eu, vumbora!"

Ô saudade...

15 de março de 2009

Canudinho

Estava trabalhando, visitando muitos clientes, quando a sede me ataca subitamente. A temperatura estava alta e eu, que só ando com capa de chuva (inclusive no sol) estava derretendo. Acelerei a moto em busca da primeira lanchonete para tomar aquele suco geladinho.
Cheguei no balcão e tive que bater palmas pois o proprietário estava nos fundos, dentro de sua casa. Ele veio meio desinteressado me atender.

- Que suco que tem? Perguntei.

Ele virou as costas e foi para o freezer.

- Só tem de goiaba. Respondeu levantando a garrafa pet de dois litros e um negócio vermelho dentro.

Eu nunca havia visto um suco tão feio. Imagine um suco de melancia, misturado com pedaços de queijo e pedaços de manteiga por dentro. Então, coloque clara de ovos batida na parte de cima e de baixo.

Desviei o olhar pra baixo pensando em sair dali com sede, quando vi o que poderia me salvar naquele momento: um coco! Afinal, a água do coco não passa por manejo, é limpa e vem como a natureza quer.
- Eu quero um coco.

A cara dele foi de um desânimo total. Na lanchonete não havia aquela ferramenta que abre coco com uma simples furada. Ou seja, ele teria que usar o método tradicional com um facão, rodeando a parte de cima e ainda levar um esguicho na cara. Ele fez.

Quando ele trouxe o coco, colocou um daqueles suportes de canudinhos do lado e eu tirei um. Eu nunca havia olhado para o interior de um canudo antes, mas toda aquela situação (do suco, do desinteresse do dono, etc.) me fez duvidar de tudo, inclusive... do interior do canudo.

Rapaz... raramente eu tenho ânsia de vômito, mas nesse dia eu quase desmaio. Não apenas por ver aqueles pontos pretos, ilhas de milhares de bactérias e bastante mofo por dentro daquele canudinho, mas pelos pontos pretos, ilhas de bactérias e mofo dos canudinhos que não olhei durante toda a minha vida.

Tirei dois reais da carteira, deixei no balcão e fui embora, para nunca mais voltar. Mas agradeço por esse momento, já que depois disso eu nunca mais deixei de olhar os canudinhos quando vou tomar algo. E olhe, é de impressionar.

E você, também olha o interior do canudinho?

2 de março de 2009

A Claro está escura

O trocadilho é triste, assim como o atendimento que tenho recebido da Claro, operadora que escolhi para usar a internet.

Nunca imaginei que uma empresa tão grande pudesse ser tão negligente. Não falo em ter um serviço ruim, pois tecnicamente, em tudo é permitido falha. Mas principalmente, no descaso com um cliente e cidadão, na demora para atender minhas necessidades e meus problemas.

Bom... quando a situação normalizar (eu mudar de operadora), retornarei com as historinhas. Um abraço.

11 de janeiro de 2009

O Cheiro do Amor

Fazia pouco tempo que eu havia sido transferido de cidade e pela primeira vez eu passaria um aniversário junto com minha nova equipe de trabalho.

Como em todos os nove de maio, acordei muito feliz, vibrante, leve e com a doce sensação de mais um ano bem vivido e com o desejo de no mínimo manter a felicidade em que me encontrava por mais muitos anos.

A lembrança dos amigos só alimenta cada vez mais esse sentimento de alegria. A minha esposa, claro, foi a primeira a me dar os parabéns. Preparou um belo café da manhã com o bom e velho sanduíche de manteiga e foi até a porta comigo quando saía para o trabalho. Pouco a pouco os familiares e os velhos amigos começaram a ligar e eu me sentia cada vez mais amado, exceto pelo fato de ninguém da minha nova equipe haver lembrado.

Durante o dia inteiro, nenhum sorriso diferente, nenhuma pequena manifestação ou, pelo menos, algo que deixasse escapar uma festinha surpresa no final do expediente. Nada. E eles sabiam do meu dia pois, no mês passado, durante a festinha que havíamos feito para um dos colegas, foi proclamado em alta voz que a próxima festinha era pra mim.

Exatamente naquele dia, o meu superior regional estava na cidade. Uma visita de rotina, uma conversa com a equipe e logo voltaria à capital. Fim do dia, todos para casa, inclusive o chefe. E, claro, eu também.

Ao chegar em casa vou rapidamente desabafar com minha esposa a frustração por ninguém da minha nova equipe haver lembrado do dia do meu aniversário. Poxa, nenhum cartãozinho em PowerPoint? Eu não merecia.

- Ah, faz menos de seis meses que você está aqui. Eles não teriam obrigação de lembrar. Não fica assim... Disse minha mulher.

A parte do “não fica assim”, ela falou com aquele tom de esposa para marido, com um olhar lateral e sorriso maroto. Bom, seria um maravilhoso encerramento para um dia de aniversário e não perdemos tempo. Estávamos na sala de estar e na sala de estar aconteceu tudo...

... até ouvirmos a campainha.

Deixei o meu posto e fui verificar pelas venezianas quem se atrevia a incomodar naquela noite tão especial. Era toda a minha equipe, suas famílias e, de quebra, o meu chefe. Umas 25 pessoas com um monte de salgadinhos e refrigerantes nas mãos, atrás do portão do prédio chamando por mim.

Numa mistura de vergonha e surpresa agradável, gritei “já vou” e começamos a operação “desmancha ambiente”: vesti minha camisa, ela colocou o vestido, colocamos o sofá e a mesa de centro no lugar, enxugamos o suor nas roupas e ligamos a luz. Ops! Minha camisa estava ao avesso... Coloquei do lado correto e enxuguei um pouco mais do suor. Tudo isso em menos de 20 segundos!

Abri a porta com um sorriso meio amarelo e fui caminhando lentamente até o portão. Era um tempinho a mais que minha esposa teria para ajeitar algo. Umas trocas de chave – propositais – no cadeado do portão e mais tempo ganho. Até que eles entram.

Apesar do nosso esforço não deu para disfarçar em nada o que estávamos fazendo havia alguns minutos. O suor era incontrolável pela situação e vergonha naquele momento. Enquanto as mulheres colocavam a mesa, eu tentava fazer de conta que não estava percebendo as risadas contidas. Afinal, quase todos eram casados e conheciam muito bem aquele ambiente. Ainda pairava o cheiro do amor, odor tradicional desses momentos que todo mundo reconhece. O mais engraçado era a carinha de nojo que todos tinham ao apertar minha mão. Isso foi interessante. O resto foi só vergonha.

Na época eu não sabia muito bem se estava feliz ou envergonhado com a surpresa. O que sei é que foi um momento inesquecível, exatamente como devem ser os dias de aniversário. Portanto, hoje não tenho dúvida: estava feliz.

E fica uma dica. Nunca faça uma festa surpresa com alguém sem combinar com a esposa ou esposo.