30 de outubro de 2013

RAFLU - Regra do Acaso Flutuante

Se tivéssemos a certeza do que vai acontecer amanhã, a vida seria completamente monótona e provavelmente muito sem-graça. Apesar disso, há uma procura imensa pela capacidade de prever as coisas. Faz parte da nossa humanidade, tentar descobrir o que o futuro nos reserva.

Algumas pessoas usam da fé para criarem dentro si, a certeza do amanhã. Mas fé não é certeza e certeza não é fé, por isso mesmo são duas palavras diferentes. Fé tem a ver com “acreditar que é possível” e certeza já é o fato concreto em si. É possível ter fé no amanhã, mas a certeza nunca será plena com relação ao futuro. Você pode ter fé que o cliente que lhe comprou 50 vezes fiado e pagou sem nenhum dia de atraso, não vai atrasar na próxima compra. Mas você arriscaria dizer que tem certeza disso?

Infelizmente não dá pra viver confiando apenas na fé, pois o acaso está sempre fazendo parte das nossas vidas. Sempre há espaço para o inesperado, sempre há uma possibilidade, sempre há um risco, sempre há uma chance. O máximo que podemos fazer é ter as atitudes necessárias para desenhar o nosso futuro, reduzindo as chances do acaso mudar tudo. E falo “reduzindo” porque é impossível simplesmente eliminar o acaso. Ele sempre estará lá.

Eu desenvolvi uma teoria chamada RAFLU – Regra do Acaso Flutuante que traz para nós, o máximo de comando possível do nosso futuro. O acaso sempre existirá, mas ele “flutua” de acordo com as nossas ações.



Quanto mais você deixa sua vida nas mãos do acaso – próximo aos 100%, menos controle do seu futuro é possível ter. O acaso nem sempre é ruim. Algumas vezes, o time que chutou 30 vezes ao gol perde para o adversário que chutou apenas uma vez. Mas, definitivamente, não recomendo que você conte sempre com isso.

Quem deseja desenhar o futuro, puxa a setinha do acaso para o mais próximo possível de zero (sendo que o zero absoluto nunca vai ser possível). Esse “puxar a setinha” é baseado em cada uma nossas atitudes preventivas ou ainda pelas iniciativas que temos perante os fatos.

Quando o cantor Zeca Pagodinho canta “deixa a vida me levar”, ele está ignorando completamente a setinha do RAFLU e deixando sua vida nas mãos do acaso. Aposto que ele falou isso da boca pra fora porque, certo dia, o vi na TV resgatando pessoas após o mais incontrolável dos acasos, que são os fenômenos da natureza, como a chuva. Imagine estar em um barco sem leme, deixando o rio furioso lhe levar para onde ele quiser. Nem pensar.

Você pode usar o RAFLU em qualquer área da vida e para qualquer objetivo traçado, por mais simples que seja. O que você está fazendo em sua vida e em seu trabalho para “puxar a setinha” do RAFLU e não deixá-los nas mãos do acaso?