3 de julho de 2011

Twitters que marcam

O correto seria "pessoas que marcam", porque é por trás de uma timeline que estão aquelas pessoas que, através do Twitter, nos marcam e nos fazem lembrar delas em algumas situações da vida fora do Twitter. Por exemplo:

Quando escuto "Hora Certa", eu lembro do @tiodino.

Quando alguém fala "Vocês têm que se entregar mais" ou vejo coxinha, eu lembro da @DeniseRossi.

Quando vejo algum ótimo trocadilho, sempre acho que a pessoa leu e kibou o @oswaldobian.

Quando alguém fala na novela O Clone ou fala em sushi, lembro do @victoroliveira.

Quando vejo qualquer coisa relacionada ao Atlético-MG e paçoquinhas, lembro da @ursulafar.

Quando vejo alguma atitude machista, lembro do sarcasmo do @edutestosterona.

Quando alguém reclama que está sozinho, sem namorada, lembro do @JorgeBarbosa.

Quando vejo o Chaves, lembro do @porraduduh.

Quando escuto a palavra "nona", mesmo se referindo ao número ordinal, lembro da @nairbello.

Quando o padre diz "oremos", lembro da @NossaSenhorita.

Quando alguém escreve tudo em caps lock, lembro do @TIOCAPSLOCK.

Quando escuto as palavras "mágoa" e "rancor", lembro do @coediego.

Quando vejo um iPad, jogo de tênis ou algo sobre Recife, lembro do @bqeg.

E por aí, vai. Não gosto de recomendar Twitters, porque sei que aqueles que podem ser muito bons pra mim, podem ser péssimos pra você. Mas se você se identifica comigo, é provável que você goste de todos esses aí. :)

2 de julho de 2011

Sangue de barata

A vida lhe convida a entrar em confusão. Nunca vai faltar a você uma oportunidade de se meter em briga, discutir com alguém ou se revoltar com alguma atitude que outras pessoas tomem e, com isso, acabe entrando no mesmo nível e se prejudicando apenas porque reagiu mal.

Todos reagem de alguma forma quando são provocados. E é essa reação que faz a diferença entre conviver bem ou viver com dores de cabeça, cheio de confusões.Nunca vi alguém tentar bater de frente e não sair machucado. Há situações em que ter um pouquinho de sangue de barata não faz mal, muito pelo contrário.
Já fui do tipo que reagia mal até quando alguém falava de uma música que eu não gostava. "Essa música é horrível, não sei como alguém pode gostar disso", falava. Eu esquecia de duas coisinhas básicas: 1. Cada um é que decide o que acha bom ou ruim. 2. Eu já tenho problemas demais pra resolver na minha vida, pra ficar me preocupando com o que as pessoas acham ou não.

Sei de enormes tragédias que começaram com discussões banais, bem banais mesmo. Tudo por causa de uma reação descontrolada, que poderia ter sido diferente. É difícil não reagir com revolta quando algum vagabundo vai assaltar aquele celular que você ralou tanto para conseguir, mas isso pode fazer com que se arrependa pelo resto da vida, se ainda continuar com a vida, claro.

Certa vez, dei uma fechada em uma mulher no trânsito. Obviamente foi sem querer, e esperei o sinal vermelho seguinte para parar do lado dela e pedir desculpas. Quando baixei meu vidro e comecei a falar "Descul....", fui interrompido por um "SEU IRRESPONSÁVEL, FILHO DA P***, COMPROU A CARTEIRA, SEU IRRESPONSÁVEL" e como se não fosse suficiente, ainda levantou o dedo médio e girou no ar (ui!) apontando pra mim.

É claro que a vida vai me incentivar a descer do meu carro com o extintor na mão e quebrar o carro dela inteiro, além de quebrar a cara dela também. Mas... Fiz um coraçãozinho com as mãos, encostei no meu peito e mandei beijos pra ela, continuando o pedido de desculpas. Ela fechou os vidros, foi embora e nunca mais nos vimos. Me pareceu um bom final.

Minha esposa estava no banco de trás com as crianças e riu muito de tudo isso. Até hoje rimos. Mas tudo poderia ter sido diferente se eu seguisse os meus instintos naturais e não parasse por um segundo pra pensar nas inúmeras más consequências que a reação natural poderia ter me causado.

Nunca vi algo bater de frente e não sair machucado. Funciona assim no trânsito e nos relacionamentos. Discorde, concorde, mas não bata de frente. Lembre das coisinhas básicas. Coraçãozinho pra você.