9 de dezembro de 2012

Filhos e Boliche


Quando você se torna pai ou mãe de dois filhos, aprende algo sobre a evolução humana: o ambiente em que o ser humano vive, interfere sim no modo em como ela vê o mundo e em muitos de seus comportamentos e atitudes. E, até certo ponto, é possível controlar esse ambiente.

Mas há algo genuíno, de natureza própria, no caráter e na personalidade de cada um, que não muda, que é impossível moldar. Atributos psicológicos e tendências de comportamento que a pessoa já nasce com eles e, por mais que tentem mudar, não conseguem. E nem adianta insistir porque só vai piorar as coisas.

Só nos resta proporcionar o melhor ambiente possível para eles, e torcer para que essa parte genuína não a impeça de ser feliz do seu jeito. É como vi anos atrás no seriado "Eu, a patroa e as crianças" sobre a natureza de cada um na visão dos pais: filhos são como uma bola de boliche que você lança, e depois só lhe resta ficar torcendo para que ela siga o rumo correto, sem poder interferir nessa trajetória.

4 de dezembro de 2012

Gorda

Ao terminar de jantar, minha filha mais velha comeu uma colher de doce de leite. Depois pegou um pedaço de bolo e devorou. Aí foi na geladeira e beliscou uns salgadinhos num potinho, quando eu, percebendo que ela estava comendo apenas por gula, disse:

- Lumara, pare de comer bobagens. Você vai acabar ficando gorda.

Ela, meio cabisbaixa, guardou o salgado.

Dois minutos depois, eu sinto aquela mãozinha no meu ombro:

- Papai, eu quero ficar gorda.