20 de setembro de 2008

Herói

Meu pai e eu no dia da despedida dele do time

Era a final do campeonato de futebol de salão de 1988 e a cidade inteira estava na quadra para assistir ao grande jogo. Os dois times com maior rivalidade se entrentariam e, em um desses times, estava o homem que me protegeu de tudo, que me deu uma infância muito feliz e que me proporcionou ser a pessoa que sou hoje.

Meu pai.

Além de inúmeras qualidades, meu pai foi o melhor goleiro que já vi. Não é pelo olhar de filho. Quem o viu no gol pode confirmar que ele tinha algo de sobrenatural nas mãos, além de uma velocidade e senso de espaço inacreditáveis. E somado a isso, ainda era dotado de uma imensurável coragem - caracerística fundamental de um goleiro de futebol de salão.

Esse dia ficou marcado porque chorei muito. Mas muito mesmo. Para contextualizar melhor, morávamos numa cidade pequena e o clima de rivalidade era tão intenso que passava para lado pessoal, esposas de jogadores adversários se ofendendo, torcidas se esculhambando e por aí vai... eheh

O jogo saiu de 1 x 1 foi para os pênaltis. Meu pai havia feito a parte dele e pegou muito durante todo o jogo. Mais uma vez tinha sido espetacular em quadra.

Mas nos pênaltis, o nosso vizinho de rua, jogador do outro time, não teve dó e marcou o último gol dando a vitória para eles. Naquele momento me deu uma crise de choro interminável. E minha mãe me pegou no braço, tentando me consolar mas nada servia.

Até que meu pai, já sem camisa, veio e me pegou nos braços. Chorei muito e ele só me carregava. Ao descer o degrau da quadra ele me disse sussurrando: "Não chora, não precisa ficar assim. A próxima papai ganha."

Eu continuei chorando, mas aquilo que me falou me marcou muito. Ele não era muito de ter esse tipo de sensibilidade, era frio mesmo, mas naquele dia ele me levou para o vestiário, levou-me nos braços até em casa e me mostrou o que eu não devia me desesperar com as derrotas e que elas fazem parte.

E no torneio seguinte... meu pai ganhou! Pai, eu lhe agradeço muito, muito por tudo, por minha vida e por nossa convivência. Muito obrigado, obrigado mesmo! Te amo.

11 comentários:

  1. A melhor homenagem ao seu pai, parabéns!

    Ele deve ter muito orgulho do filho que tem.

    Grata pelo comentário no 'cultivando', Grande beijo.

    ;)

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  2. emocionante o seu post, hein?!

    adorei!


    bem que eu queria escrever algo assim do meu pai, pena q eu não tenho motivos! :( mas hj eu o perdôo e todos os dias desejo saúde e felicidade pra ele!

    bjão!

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  3. Nossa, eu fico espantada com essa facilidade q toda avó tem de nos fazer acreditar em alguns "absurdos" n é? hehehe
    Mas ja to até melhor da conjutivite xD~

    Homenagem bonita essa q vc fez pro seu pai hein!
    Mt bonita msm, de encher os olhos de lágrimas!
    Seu pai foi um herói no momento!

    Obrigada pela visita no meu blog! Volte sempre!!
    bjoo ;**~

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  4. Meu pai jogava futebol.
    Mas ele nunca ligou muito pra mim não.
    O ruim era quando era criança, sempre queriam me ver jogar achando que eu poderia ter alguma das qualidades dele.
    Resultado: Odeio futebol.

    Muito bom o texto!
    Até....

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  5. QUE LINDOOOOOO!!!
    Meu Pai viajava muito na minha infânncia então não tive muito contato com ele,queria ter histórias para contar também...rsrs
    Bjos e uma semana maravilhosa!!

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  6. Pois é, ao longo de nossas vidas - infância, principalmente - acontecem certas coisas que nos marcam pra sempre, como essa que você citou.

    Linda homenagem, seu pai realmente deve merecer!

    Gostei do blog, você se expressa muito bem! Parabéns! =]

    Beijo grande.

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  7. Q lindo! Me senti lá, na quadra com vcs!
    Parabéns pela família!

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  8. Bela homenagem, moço!!!
    Que vc seja sensível e carinhoso com a sua pequena também, afinal, bom exemplo de pai vc teve, né?

    Bisous.

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  9. esqueci de dizer quem eu era :)

    linda juventude.. muda aí! bjs!

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  10. lindo msmo, quase chorei... talvez pelo fato de n conhcer o meu pai... n sei!

    p.s: vovó achou um xerox da minha certidão original e é de 1987, mas ainda sim, obrigada pelos 27 anos! rs*

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  11. Luílton, errata: 8º parágrafo - não era um vestiário, mas sim, uma sala de aula. hehehehehehehehe
    Parabéns! Pela sua homenagem ao seu pai herói.
    Abraço!

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