Prepare-se. Vou contar como foi o meu domingo até agora.
Antes, aviso que não foi um dia assim, muito normal. Pelo menos, nunca havia sido assim, acho.
Primeiramente, minha esposa não pôde passar o fim-de-semana comigo. Quem achar que isso não é muita coisa, saiba que só podemos nos ver nos finais de semana.
Ontem dormi muito tarde, umas três da manhã. Aluguei três filmes e assisti a dois, pois estava sem sono. O terceiro, estava com problemas e travou na melhor parte. Fiquei zangado, mas pelo menos eu acordaria tarde no domingo.
Às
6 da manhã, um amigo bate na porta querendo pegar as coisas dele que havia deixado aqui em casa. Eu sofro de um mal de não conseguir dormir após o primeiro despertar da manhã.
Tudo bem. Para isso servem os amigos.
Fiquei
embromando, lendo pra ver se os olhos doíam pra dormir, mas... os olhos doíam. Dormir que é bom...
Quando fui escovar os dentes, mandei
xampu na escova. Depois, quase quebro o meu celular após tentar por quase um minuto, mudar o canal da TV. Parece inacreditável? Também acho. Só quero ressaltar que não uso drogas, e, assim como você, eu gostaria de entender o porquê dessas, digamos,
distrações.
Fui fazer o meu almoço. Pra variar, dois
macarrões instantâneos, dois
hambúrgueres e atum em lata para misturar. Enquanto eu escorria o óleo dos
hambúrgueres na pia, os dois saltaram da frigideira e caíram dentro de outra panela suja, cheia de água. Então... mistura hoje, só atum. Pelo menos ficou gostoso.
Bom... aí fui deitar, para ver se dormia. Não consegui. Deus não me deixa dormir à tarde. Por que será?
Então, fui para a
internet. Pago uma grana pra ter
internet aqui, por que não usá-la? Dois minutos após
acessar a página inicial, puf! Falta energia. Duas horas depois, nas quais eu fiquei apenas lendo, a energia volta mas a
internet não. O 'rádio', ligado à antena em cima do prédio, estava com problemas. Liguei para o técnico e ele disse que estava em outra cidade.
Não fiquei satisfeito e lembrei que, certa vez, a
internet deu problema, o técnico foi lá em cima, e disse que só fez desconectar e conectar a energia para o rádio voltar ao normal. Eu sabia que eu mesmo poderia fazer aquilo hoje.
Então fui num vizinho pedir que me emprestasse uma escada. Ele prontamente me atendeu. Eu trouxe a escada, fui no último andar do prédio e subi. Só pra ilustrar, o buraco para o
teto é tão minúsculo que a gente tem que colocar os braços primeiro, depois fazer um contorcionismo para subir. E para quem me conhece, nos meus singelos 94kg e 1,83m, isso já não seria uma tarefa qualquer.
Quando cheguei em cima demorei uns 20 minutos para fazer aquele simples procedimento de
desplugar/
plugar. É que eu tinha que tirar as telhas e recolocá-las. Deu certo. Quando fui para o
buraquinho tentar descer, olho pra baixo e não vejo a escada. Aliás... vejo, mas bem afastada. Algum '
fela da mãe' tirou a escada dali e eu realmente não tinha como descer sem a escada.
Peguei meu celular e liguei pra um amigo (com voz de desespero, apesar de não estar desesperado) pedindo que ele viesse urgentemente... mas que ele fosse
diretamente para o último andar. O cara não entendeu nada mas veio imediatamente. Quando ele passou por baixo do buraco, notei a cara dele de preocupação que, automaticamente se transformou numa cara de felicidade e
gozação quando me viu naquela situação. Antes de pegar a escada ele tirou uma foto pelo celular pra mostrar pra o mundo.
E agora estou aqui escrevendo isso. Preparado para que o computador trave ou aconteça algo parecido.
Você acha que eu tive um dia de sorte ou azar? Uma pessoa normal diria que foi um dia de muito azar. Eu já enxergo como um dia de sorte... Acredito muito que quando algo dá errado é porque vem algo de melhor posteriormente, ou, que se aconteceu algo de errado, é porque tinha que acontecer mesmo. Por exemplo, eu tento visualizar que tive a sorte de terminar de ler um livro que há meses não conseguia. Fiquei cheio com o almoço, só com a mistura do atum. Se os
hambúrgueres estivessem junto, eu não deixaria no prato e comeria, podendo ter um problema de '
empanzinamento', ou, barriga cheia demais.
Conheci um vizinho muito simpático, que se eu não precisasse da escada, talvez nunca conversássemos. Um senhor muito educado e de fala mansa. Vi que
tenho amigos para situações de emergência dispostos a me ajudar em qualquer momento. Falo 'em qualquer momento' porque tirei ele da frente do jogo do São Paulo para vir aqui só colocar uma escada pra eu descer. Sem falar nas boas gargalhadas que dei com o
xampu, o celular e todos os outros acontecimentos.
Acho que é por isso que me considero mesmo um homem de sorte. Procuro eliminar o azar de tudo que há e procuro sempre um lado bom em tudo.